Suspensão das exportações com a China revolta pecuaristas do MT que pedem revisão do acordo
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) afirma que acordo sanitário foi mal redigido e prejudica a classe produtiva que tem que arcar com custos crescentes de produção e preços muito baixos na arroba
Um documento "mal redigido". É assim que a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) considera o acordo entre Brasil e China que suspende automaticamente a exportação de carne bovina para o país asiático em caso de ocorrência de caso de registro de Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como mal da “vaca louca”, no Brasil. A entidade se manifestou publicamente que vai requerer às autoridades competentes a revisão do protocolo diante da confirmação de um caso atípico da doença em um animal de uma propriedade no município de Marabá (PA), o que suspendeu as exportações automaticamente a partir desta quinta-feira, dia 23.
Segundo a entidade, o protocolo sanitário deveria prever e diferenciar a gravidade da forma atípica da doença e da forma clássica. O diretor-presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, explica que a doença atípica não causa nenhum prejuízo à saúde humana e, portanto, não oferece risco. “Nesse acordo mal redigido em 2015, quando se identifica um caso ocorre automaticamente o embargo. Isso significa que o Brasil pára imediatamente de exportar para a China, provocando um caos econômico em toda a cadeia", revolta-se o líder pecuarista. Ele lembra que no último episódio, em 2021, quando ocorreu situação semelhante, o Brasil teve precisou esperar 100 dias para retomar as exportações, o que trouxe preejuízos incalculáveis para o setor.
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A Acrimat está seriamente preocupada com o cenário atual da pecuária – com custos crescentes de produção e preços muito baixos na arroba –, que sofrerá ainda mais com a suspensão das exportações. Hoje o país asiático é um dos principais destinos da carne bovina brasileira – e Mato Grosso é o estado com o maior rebanho bovino do Brasil.
“Estamos solicitando às autoridades competentes que revisem esse acordo, para que não fiquemos reféns de casos semelhantes, que podem ocorrer esporadicamente, principalmente num rebanho grande como o brasileiro, como ocorreu”, disse.
A Acrimat está muito preocupada com o atual momento pelo qual a pecuária está passando. Agora temos que enfrentar um novo problema, que é o da famosa vaca louca que de louca não tem nada. "Trata-se apenas da forma atípica, uma degeneração cerebral causada, principalmente, pela idade avançada dos animais, sem o mínimo risco sanitário para os outros animais e para a população também”, garantiu o diretor presidente da Acrimat.
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