Mercado não leva a sério promessas do novo governo e fecha primeiro dia do ano com quedas

No primeiro dia útil da economia brasileira, os mercados deram sinais claros que não acreditam nas promessas do novo Governo de Luís Inácio Lula da Silva, que tomou posse no dia 1º de janeiro. Mesmo com várias promessas na área financeira, o mercado parece não acreditar. O dólar abriu com alta de 1,24%, subindo de R$ 5,28 para R$ 5,3430 em apenas uma hora e meia de negociação e fechou o dia com alta de 1,51%, valendo R$ 5.3597.

Como foi feriado em Chicago neste dia 02/01, os mercados de soja, milho e trigo ficaram fechados. O Ibovespa abriu em queda de 2,03%, aumentando para 3,03%, aos 106.407 pontos, por volta das 13h. Na mínima da sessão caiu aos 105.981 pontos. Os papéis do Banco do Brasil perdiam quase 4%, e os da Petrobras recuavam cerca de 7%.

A leitura dos analistas é a de que Lula não abordou os principais pontos de atenção dos investidores com a economia brasileira, em especial sobre qual será a nova regra fiscal do país - em substituição do teto de gastos - e como o governo planeja encaminhar uma reforma tributária, por exemplo. Ao contrário. Reforçou a aposta num discurso intervencionista. Na cerimônia de posse, prometeu rever políticas mais liberais, como a reforma trabalhista e as privatizações de estatais, e chamou o teto de gastos de “estupidez”.

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A equipe do novo ministro da Economia, Fernando Haddad, gera desconfiança entre os analistas, que nomeou Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), Rogério Ceron (Tesouro Nacional), Guilherme Mello (Política Econômica) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal). E ainda Gabriel Galípolo (Executiva), Bernard Appy (reforma tributária) e Anelize Almeida (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional). As principais críticas sáo de que o time é muito paulista e baseado na gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo.

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Segundo o analista de mercado Luiz Carlos Pacheco, da TF Consultoria Agroeconômica, de Curitiba, tempos difíceis começam desde agora. "Nossa recomendação é não comprar dinheiro nem contrair empréstimos, prestações, etc, mas aumentar o seu caixa (particular ou da empresa) o máximo possível , aconselha.

"Neste momento, a regra é austeridade, porque vamos precisar", aconselha Pacheco. Para o analista, o melhor a se fazer neste momento é investir em ativos em moda forte.