Clima quente e seco continua causando perdas nas lavouras de Milho em RS
Analistas esperam que a última safra de milho norte-americano seja avaliada em 353,6MT, ligeiramente abaixo de dezembro
Os contratos negociados com milho iniciaram a manhã de quinta-feira 12/01, na Bolsa de Chicago (CBOT) em alta de 3 cents, a U$ 6,59/março. A BMF trabalha em R$ 87,45/janeiro (-0,15%) e R$ 92,75/março (+0,6%).
Segundo o analista de mercado Camilo Motter, da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, "o mercado tem como pontos de suporte uma maior demanda pelo produto dos EUA para a produção de etanol, bem como a valorização do petróleo no âmbito internacional". Contrariamente, a perspectiva de maiores estoques norte-americanos no relatório que será divulgado hoje à tarde limita a formação do preço.
Analistas esperam que a última safra de milho norte-americano seja avaliada em 353,6MT, ligeiramente abaixo de dezembro (no ciclo anterior a colheita ficou em 383,0MT). Em contrapartida, os estoques devem vir em alta, passando de 31,9MT, para 33,1MT.
Além disso, o clima quente e seco no Rio Grande do Sul segue causando perdas nas lavouras; na medida em que mais relatos estão sendo divulgados, vai se tendo a dimensão real do problema. As perdas em áreas mais ao norte do estado já são avaliadas entre 35% e 45%; enquanto, mais ao sul, os cortes variam de 30% a 70%.
A Conab, em seu quarto levantamento de safra, estima a produção brasileira de milho em 125,1MT, ante 125,8MT em dezembro e 113,1MT da última campanha. A área semeada deve somar 22,3MH, aumento de 3,4% sobre os 21,6MH do ciclo passado. A safra de verão deve somar 26,5MT e a de inverno, 96,3MT; enquanto a terceira safra deve render 2,3MT.
Camilo ressalta que apesar do novo recorde estimado pela Conab, o grande volume de colheita virá do plantio que mal está começando agora, cuja colheita chegará ao mercado somente a partir de meados do ano. Por esta razão, e tendo em mente que as exportações brasileiras estão em níveis recordes, podendo superar 47,0MT, o abastecimento doméstico no primeiro semestre será tema de observação e estreito monitoramento.
Não está descartada, portanto, uma significativa redução dos volumes de oferta na primeira metade do ano, com suporte efetivo para os preços. Vale observar que, com o crescimento da produção da segunda safra, responsável por quase três quartos da oferta nacional, o período de entressafra migrou da virada do ano para os meses abril/junho.
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