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Soja inicia recuperação na CBOT impactado pela diminuição da seca na Argentina

O recrudescimento da seca nas áreas de cultivo da Argentina vem chamando a atenção dos participantes.

Os contratos negociados com soja iniciaram a manhã de quinta-feira 12/01, na Bolsa de Chicago (CBOT) em alta de 10 cents, a U$ 15,03/março. Ontem o mercado se postou no campo positivo, com ganhos de 8 pontos, recuperando-se das perdas nas duas primeiras sessões da semana.

O recrudescimento da seca nas áreas de cultivo da Argentina vem chamando a atenção dos participantes. Relatório da Bolsa de Buenos Aires aponta para perdas significativas, nos moldes do que ocorreu na última temporada. A estimativa inicial de produção era de 48,0 a 49,0MT; hoje se fala em algo como 37,0MT, um corte de pelo menos 25%, o que fragiliza ainda mais, não só o setor agropecuário, mas também a combalida economia do país.

Segundo o analista Camilo Motter, da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, "os investidores também buscam ajustar suas carteiras para dois importantes relatórios que serão apresentados pelo USDA logo mais, à tarde. Um deles é o relatório mensal de oferta e demanda de janeiro, que costuma dar números finais à última colheita dos EUA". O mercado espera um ligeiro aumento da produção e também dos estoques finais norte-americanos.

O outro relatório trata do levantamento trimestral de estoques dos EUA, referente a primeiro de dezembro. O mercado espera estoques na faixa de 85,6MT, ligeiramente abaixo do volume constatado na mesma data do ano anterior.

Além disso, a Conab acaba de divulgar o quarto levantamento de safra, indicando a colheita brasileira de soja em 152,7MT, ante 153,5MT do mês passado e 125,6MT do ano anterior. A área semeada ficou em 43,5MH, aumento de 4,7% em relação aos 41,5MH do ciclo passado. O corte de quase 1,0MT na projeção de colheita se deve às perspectivas de perdas por estiagem, notadamente no Rio Grande do Sul.

No mercado doméstico, o ritmo de negócios segue lento, com retração do interesse de venda. Camilo aponta que a tendência é que as cotações referentes à colheita que vai chegando ao mercado prevaleçam sobre aquelas para os lotes ainda disponíveis. O que se viu nos últimos dias, portanto, foi uma queda motivada pelas três variáveis que formam o preço doméstico: acomodação dos preços na CBOT abaixo dos U$ 15,00/março; queda no câmbio e, sobretudo, nos prêmios, que são pressionados na medida em que chega produto novo ao mercado. Prêmios no spot são indicados na faixa de 75/140 e, para fevereiro, entre 65/75.


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