A gripe aviária será o Covid-19 dos frangos?
O mundo vive ciclos entre pandemias. Basta recorrer aos livros de história para notarmos que as pandemias fazem parte da história da humanidade.
Agora, estamos diante de uma nova ameaça causada pelo vírus H5N1 que deve causar tantas mortes e impactos econômicos quanto a Covid-19, mas as vítimas fatais não são os humanos, são os frangos.
Nas aves a gripe aviária causa uma infecção grave, com sintomas respiratórios, como pneumonia, e até sinais neurológicos.
Porém, não estamos totalmente livres da ameaça. A gripe aviária é transmitida para os humanos também.
E já temos um caso: logo após ter sido anunciado o primeiro caso em ave silvestre no Brasil, no Espírito Santo, foi confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que um funcionário do parque onde ocorreu o caso foi contaminado. Ele tem 61 anos e apresentava sintomas gripais leves e foi isolado e monitorado.
E, mais uma vez, o vírus vem da China, onde foi identificado em 1996, em Hong Kong. De lá para cá, cerca de 15 milhões de aves domésticas já morreram como consequência do vírus. Outras 193 milhões precisaram ser sacrificadas.
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A gripe aviária começou a ficar em evidência a partir de 2005, quando a mortalidade de frangos criados em granjas na Ásia, disparou. E na época também foram registrados episódios de infecção em seres humanos.
Depois disso, o surto expandiu para outros continentes além da Ásia e Europa. A migração de aves é a grande responsável, pois conforme a estação do ano, elas se deslocam de um continente para o outro e transmitindo o vírus para as espécies locais.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde,desde outubro de 2021, foram registrados mais de 42 milhões de casos de gripe aviária no mundo. As proporções do problema são gigantescas e cientistas afirmam que essa será uma pandemia ainda maior do que a do novo coronavírus.
Para se ter uma idéia do impacto disso, basta considerar que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que quando a doença chegar ao sistema industrial, a perda monetária vai ser de R$ 13,5 bilhões. Eu uso o termo "quando" porque é apenas uma questão de tempo até a cadeia produtiva ser afetada.
A peste bubônica foi a primeira pandemia registrada. Depois veio a Varíola, a cólera, a gripe espanhola, a gripe suína e o Covid-19. Agora a humanidade vive essa nova ameaça.
Será que o nosso sistema de Vigilância Sanitária está preparado para essa nova ameaça? Estados do Sul, grandes produtores de aves, estão tentando se preparar, criando regiões que seriam isoladas em caso de expansão da doença. Assim, criaria-se blocos dentro do país livres da doença para evitar impactos nas exportações.
Infelizmente, em breve teremos casos na cadeia produtiva. E os efeitos terão efeito dominó em vários setores, pois o primeiro reflexo da queda dos abates será a queda no consumo de ração. As cotações das commodities, como soja, milho e trigo, que já estão baixas, devem cair ainda mais com o excesso de oferta no mercado.
A gripe aviária será, sem dúvida, mais um grande teste para a economia e a saúde do Brasil. Quem viver, verá.
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