Programa Soja Baixo Carbono inicia fase de desenvolvimento de diretrizes para certificação
Representantes dessa iniciativa público-privada apresentaram os passos da primeira etapa durante fórum realizado ontem na ExpoLondrina
A Embrapa Soja, em parceria com sete empresas do setor privado, apresentou o Programa Soja Baixo Carbono (PSBC) durante evento na ExpoLondrina.
O programa tem como foco agregar valor à soja produzida no Brasil. A partir da adoção de práticas sustentáveis e que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.
O 1º Fórum Soja Baixo Carbono marcou o início dessa parceria entre Embrapa e as empresas e cooperativas apoiadoras do projeto. As apoiadoras são a Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL. Na ocasião assinaram o termo de compromisso para a construção das diretrizes do protocolo SBC.
Marcelo Janene El Kadre, presidente da Sociedade Rural do Paraná, frisou a importância de iniciativas como essas . É necessário mostrar que o Brasil é uma potência em produção e em desenvolvimento de soluções que podem beneficiar produtores locais e do mundo todo.
Henrique Debiasi, pesquisador da Embrapa Soja, destacou que o modelo setorial, com empresas dos setores público e privado, adotado para o desenvolvimento do programa, surgiu da importância de unir o conhecimento técnico e científico com a visão do mercado e dos produtores, além de trazer mais transparência e credibilidade para a iniciativa.
O PSBC trata-se de um conjunto de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que tem como foco estabelecer, implementar e operacionalizar um protocolo de certificação.
“A Embrapa será responsável pelos critérios e diretrizes do protocolo, mas a certificação ficará por conta de uma empresa credenciada”, ressaltou Debiasi. Ele explicou que se trata de um protocolo voluntário e não substitui outras certificações são aplicadas no mercado.
“O PSBC é um processo de certificação de produção e não de propriedade e vem para somar ao que já está no mercado e contribuir para os negócios do produtor”, frisou o pesquisador.
A ideia do programa foi “lançada” há dois anos. Desde então a Embrapa vem organizando todo o processo para iniciar a fase de proposição das diretrizes do protocolo. Que irá atestar a sustentabilidade da soja brasileira por meio do selo Soja Baixo Carbono.
Ainda em 2023 serão concluídas as diretrizes da metodologia que começará a ser validada na safra 23/24 e continuará nesse processo por mais duas safras.
De acordo com o Embarapa, a ideia é disponibilizar esse protocolo validado em 2026 para todos os produtores interessados. É um programa que poderá passar por atualizações e melhorar sua metodologia.
Sustentabilidade na cadeia produtiva
Fabiana Villa Alves, representante do MAPA, participou do fórum e abordou a importância de iniciativas e certificações como essa do PSBC.
De acordo com ela, informação e processos de qualidade são fundamentais para trazer clareza para o mercado. Uma vez que as novidades, como a comercialização de crédito de carbono, atraem oportunistas e dificultam o setor.
Fabiana lembrou que há mais de uma década o Mapa vem se dedicando a pensar, estudar e oferecer possibilidades para o setor produtivo melhorar e agregar valor.
Ela destacou o programa ABC, que tem o objetivo de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. A primeira fase foi de 2010 a 2020 e agora está na segunda fase (2020/30) com o ABC+.
Um programa, segundo ela, que vem sendo aceito, dando certo e passando por atualizações, sentindo a necessidade do setor. “Por que essa política pública deu certo? Porque está baseada em ciência, em pesquisa”, reforçou Fabiana. Lembrou também da importância das parcerias público-privadas, como essa que está acontecendo agora com o programa Soja Baixo Carbono.
Estratégias de negócios
Durante o 1º Fórum Soja Baixo Carbono foi realizado o Talk Show “Sustentabilidade, inovação setorial e estratégia de negócio nas cadeias de valor: a visão das empresas sobre o Programa Soja Baixo Carbono”. Participaram do debate o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, e representantes da Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL.
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